Santa Fé é o resultado de movimentações diversas de grupos negros provenientes de diversas localidades do Vale do Guaporé, notadamente Vila Bela da Santíssima Trindade, localizada no Mato Grosso. Iniciou seu processo de colonização com cerca de vinte indivíduos, dos quais apenas oito eram homens adultos. Esse grupo era formado por cem pessoas emancipadas da escravidão em 1888 e libertadas da Usina de Açúcar denominada Ressaca, situada, no atual município de São Luís de Cáceres. Os libertos dirigiram-se, primeiramente para Vila Bela da Santíssima Trindade, importante reduto de populações negras e matriz étnico-cultural de todo o Vale do Guaporé, que então, agia como centro dispersor de negros para toda a região guaporeana.
Santa Fé tornou-se ponto de apoio para os caucheiros e suas famílias. O comércio com os peruanos e bolivianos, que controlava a exploração do caucho, prosperou e no início do século XX; em 1906, a localidade foi visitada pela comissão fiscalizadora liderada pelo Engenheiro Esperidião da Costa Marques, que se hospedou no porto do rio São Domingos ou Barra do São Domingos, até sua recuperação de uma malária. Sua vinda à região trouxe o benefício da fundação de uma escola e definiu o povoamento do porto Costa Marques, o que levou a decadência o povoado de Santa Fé.
Com a crise da borracha, Santa Fé declinou ainda mais, tornando-se uma área de ocupação de poucas famílias negras e mais tarde sendo transformada em propriedade de fazendeiros. Atualmente essa cidade é um pequeno núcleo de remanescentes quilombolas, provenientes de famílias de extrativistas e pequenos agricultores e pescadores. A comunidade é reconhecida como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares e suas terras encontram-se em processo de estudo para demarcação pelo INCRA.
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